Análise - No Place Like Home (PC)

análise por: TinyKing a: 2022-03-31 às: 09:52:41

Um sonho de jogo para os compulsivos da limpeza, já para os "normis", acaba por tornar-se um jogo repetitivo e um pouco aborrecido.

Em No Place Like Home, jogamos com a Ellen, uma jovem que vivia numa estação espacial perto de Marte, porque o planeta Terra tornou-se no filme da Pixar, Wall-E, que para quem não conhece, é uma linda história sobre um robô que foi enviado para limpar o planeta Terra, que ficou totalmente coberto de lixo, e depois o robô encontrou uma outra robô muito bonita e tal, e o rapaz ficou logo maluco por ela (já me estão a vir as lágrimas aos olhos, sniff), e o No Place Like Home segue essa mesma premissa (refiro-me à parte mais bonita como é óbvio, a parte do lixo).

De forma a limpar e a descartar o dito lixo, temos à nossa disposição três ferramentas que parecem ter saído daquelas televendas que passam na TV às 3 da manhã, um aspirador de lixo que nunca enche, uma broca que serve para destruir as pilhas de lixo mais compactas, que também serve como arma para nos defendermos contra uns robôs chatos que não vão com a nossa cara, e para terminar, temos uma mangueira muito jeitosa que serve principalmente para regar os nossos cultivos e dar uma banhoca aos nossos animais, Ah pois! No Place Like Home é também uma espécie de simulador agrícola.

Mas não pensem que têm aqui um Stardew Valley ou Harvest Moon/Story of Seasons, porque aqui não há uma cidade acolhedora, nem personagens interessantes para conhecer, existem sim NPCs, mas de interessante têm pouco, e servem apenas como dispensadores de quests e melhorias para a nossa quinta e para as nossas ferramentas.

Existem várias áreas com diferentes biomas para explorar, infelizmente depois de limparmos os montes de lixo, pouco mais há para fazer nessas áreas, algumas como parte das quests ainda nos deixam fazer algumas modificações mínimas, mas para além de plantar árvores, nada mais podemos fazer para trazer alguma vida de volta ao mundo, praticamente é passar uma área coberta de lixo para uma área vazia.

Para avançarmos na história ou no jogo (não mencionei a história porque nem merece ser mencionada, é uma jovem à procura do avô, sem nada de significante a acontecer pelo meio), temos de completar quests, que pouco trazem ao jogo em termos de jogabilidade e/ou variedade, praticamente todas as quests são resolvidas através da limpeza do lixo em cada área, quer seja para, encontrar um número específico de partes de qualquer coisa ou interagir com algum objeto perdido no meio do lixo.

Sem fazer muito sentido, ao menos o sistema de melhoramentos obriga-nos a utilizar as mecânicas de agricultura (para o bem e para mal, nem todos gostam de agricultura), que apesar de não serem muito complexas trazem uma componente relaxante e ajudam a quebrar um pouco a monotonia que é limpar o lixo. Como disse, o propósito da agricultura é adquirirmos melhoramentos para a nossa quinta e para as nossas ferramentas e essa é a parte que não faz muito sentido, porque não estou a ver como alguém melhora um aspirador ou cria uma planta para aumentar um galinheiro com a ajuda de 5 batatas, 3 alfaces e 1 copo de leite, mas é assim que funciona o sistema de progressão, cada nova área dá-nos acesso a novos produtos, que por sua vez vão-nos permitir adquirir melhores equipamentos e afins para que possamos aceder à próxima área. Para aqueles que gostam de modificar casas, é também possível desbloquear e construir mobílias para personalizar a casa da Ellen, que também irá aumentar à medida que vamos avançando no jogo.

Em termos de apresentação não há muito a dizer, os gráficos são modestos, mas encaixam bem na temática do jogo e o mesmo pode ser dito sobre o trabalho sonoro, apenas acho a música um pouco repetitiva ao fim de umas horas.

Tendo começado o jogo quando este ainda se encontrava em fase de desenvolvimento, deparei-me com alguns bugs, uns meramente visuais e outros um pouco mais graves como por exemplo, não terem aparecido o número suficiente de itens necessários para completar uma quest, felizmente o problema foi resolvido com uma atualização.

Apesar de o seu lançamento ter sido oficializado, No Place Like Home ainda tem muito espaço para crescer e evoluir, algumas mecânicas têm que ser melhor trabalhadas e aprofundadas enquanto outras precisam que lhes sejam atribuídas um propósito como o ciclo dia e noite que de momento não tem qualquer impacto no jogo, mas acima de tudo a rotina de andar de área em área, limpá-las uma a uma à procura de itens para completar quests até concluirmos o jogo tem que ser revista de forma a evitar a monotonia que afeta o jogo atualmente.


Pontos Positivos: Pontos Negativos:
  • A limpeza do lixo com a ajuda das diferentes ferramentas é gratificante.
  • Mecânicas de agricultura e personalização da quinta/casa são funcionais e de fácil aprendizagem.
  • A rotina para progredir no jogo é muito repetitiva.
  • História e personagens desinteressantes
     

3/5

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