ACERCA DO JOGO:

Metal Gear Solid é um jogo de espionagem dirigido e escrito por Hideo Kojima. O jogo foi desenvolvido pela Konami Computer Entertainment Japan, tendo sido lançado para a PlayStation em 1998. É o terceiro título canónico da série Metal Gear e a sequela direta dos títulos da MSX. O projeto teve inicio em 1995, com uma equipa de apenas 35 pessoas, com Kojima a estar encarregue de praticamente todos os aspectos do jogo: enredo, esboços iniciais para os designers, escolha dos compositores (o jogo tem uma das melhores OSTs da PS1) e ainda controlou o aspeto financeiro da criação do jogo.

Kojima originalmente tinha planeado um terceiro jogo de Metal Gear, para ser titulado como Metal Gear 3 e lançado para o 3DO Interactive Multiplayer, em 1994. O artwork, feito pelo ilustrador Yoji Shinkawa, dos personagens Solid Snake, Meryl Silverburgh, que também foi uma personagem do jogo Policenauts, e o grupo FOXHOUND, foram incluídos em Policenauts, antecedendo o lançamento do jogo completo para 3DO em 1995. Entretanto, devido ao declínio do hardware do 3DO, o desenvolvimento do jogo foi logo trocado para a PlayStation após a consola ter sido lançada e os resultados das suas vendas terem superado as expetativas de Kojima. Para além disso, o facto de os jogos PS1 serem em formato CD, permitia a Kojima dar asas à sua imaginação e poder colocar no seu jogo FMVs, de forma a poder dar-lhe um carácter mais cinematográfico, que Kojima já idealizava desde os tempos da MSX.

Kojima rebatizou o jogo como Metal Gear Solid, devido ao facto de que ele acreditava que os dois primeiros jogos da série, para a MSX2 não eram muito bem conhecidos, logo era como um renascer. Metal Gear Solid foi revelado ao público na E3 de 1997, com um pequeno vídeo. O jogo ficou mais tarde disponível para ser jogado pela primeira vez no Tokyo Game Show de 1998 e oficialmente lançado no mesmo ano para o Japão com uma extensiva campanha promocional. Publicidade na televisão e revistas, amostras para venda e distribuição de demos do jogo contribuíram para um total de 8 milhões de dólares em custos promocionais. Um número estimado de 12 milhões de demos do jogo foram distribuídos durante o ano de 1998.

A história de Metal Gear Solid passa-se em 2005, alguns anos depois do seu antecessor, Metal Gear 2: Solid Snake, no sudoeste do Alasca no mar de Bering, na famosa ilha de Shadow Moses, que serve de abrigo para um ogiva nuclear desconhecida do grande público. Por detrás desta operação está uma unidade de forças especiais geneticamente modificada, a FOXHOUND, que apreenderam a ilha e tomaram posse da arma nuclear Metal Gear REX, ameaçando o governo dos Estados Unidos da América com um ataque nuclear se não receberem os restos mortais do "mercenário lendário" Big Boss em menos de 24 horas.

Ao início do jogo, Solid Snake foi encarregado da operação a pedido do coronel Roy Campbell para infiltrar-se nas defesas dos terroristas e neutralizar a ameaça, entrando na sua base através de SDV (Swimmer Delivery Vehicle),expelido por um submarino. Snake também é ordenado a localizar alguns reféns, que incluem o chefe da DARPA, Donald Anderson, e o presidente da ArmsTech, Kenneth Baker. Para o ajudar na sua demanda, Snake é injetado com as famosas nanomachines (que vêem a ter um papel muito importante não só neste titulo, mas em toda a saga), que tinham como intuito manter Snake nutrido e assegurar o pleno funcionamento do CODEC.

MGS tem um dos melhores leques de personagens do mundo dos videojogos, com personagens como Snake, Meryl, Otacon, Mei Ling, Dra. Naomi Hunter ou o já citado Roy Campbell a serem reconhecidos pela grande maioria dos fãs de videojogos. Mas quem brilha verdadeiramente neste jogo são os inimigos, ao ponto de ser comum chegarmos a lamentar a morte de alguns deles. Quem jogou MGS decerto se lembra de Sniper Wolf, Vulcan Raven, Decoy Octopus, Revolver Ocelot e, claro, o fantástico Psycho Mantis, que nos proporciona um combate verdadeiramente inesquecível, pois tinha a capacidade de ler os nossos pensamentos, sendo que a única maneira de o evitar era trocar o Dual Shock para a segunda porta da PS1.

Destaque também para o excelente enredo do jogo, que mistura de forma única História e problemas da atualidade, que todos reconhecemos, com ficção. Citando uma frase que li num artigo sobre Kojima "não há ficção mais real do que a ficção de Hideo Kojima", pois são inúmeros os temas de ficção cientifica de MGS que nós pensamos "isto pode muito bem existir daqui a uns anitos".

MGS trouxe também as agora famosas "Kojimices", ou seja, pormenores deliciosos que só podiam vir da mente genial do mentor de MGS. Destaco o facto de Psycho Mantis poder ler alguns dos saves dos jogos que tínhamos gravado no nosso memory card, e falava deles ao longo da batalha, a existência de revistas para adultos, com as quais podíamos distrair os soldados mais prevertidos ou o facto de a dada altura precisarmos de um código que estava numa "box", "box" essa que não era mais do que a caixa do jogo (o que eu procurei no jogo por este código... XD)

Em jeito de conclusão, MGS é um dos jogos mais marcantes da industria, revolucionando a forma como se fazia um videojogo, contribuindo de forma decisiva na batalha que se travava na altura para desmistificar a ideia preconcebida de que os videojogos eram para crianças. MGS não era. Tem um enredo repleto de reviravoltas, traições, introspeção e debates filosóficos, juntando a narrativa e linguagem típica dos filmes (Kojima admite que se inspira bastante da sétima arte) a um elemento que apenas os videojogos podem fornecer: a interatividade.
MGS trouxe alguns dos mais carismáticos personagens desta indústria?

Amante confesso de cinema, Hideo Kojima confessou numa entrevista que, outrora, quis ser realizador, mas a verdade é que a vida dá muitas voltas e Kojima acabou por trabalhar na industria dos videojogos e criar uma das séries mais queridas para jogadores de todo o mundo. Eu, como jogador, não podia estar mais feliz por Kojima não ter ido trabalhar para a indústria do cinema.